30 dezembro, 2007

Mais um...

Mais um ano termina... Com as suas alegrias, com as suas tempestades.
O meu termina mal; muito mal. Vai ser, para sempe, um ano negro; um ano de dor.
Mas como nem tudo pode ser mau, este ano também vai ficar marcado pelo aparecimento de uma luz na minha vida; uma luz que me tem dado alento para seguir em frente. Obrigada!
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Não sei como foi o vosso ano mas espero sinceramente que não tenha tido as tempestades que o meu teve.
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Desejo a todos um ano de muita paz, de muita saúde, de muita felicidade e amor.
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Aproveitem bem todos os momentos de felicidade.
Aproveitem bem os momentos passados com as pessoas que amam. Lembrem-se que amanhã podemos já não estar cá.
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Desejo a todos um 2008 cheio de sucessos.

15 dezembro, 2007

E vão 6!

Seis!? Acho que já lhes perdi a conta! Estou a falar dos meus horários na escola. Será que foi desta vez que fiquei com horário definitivo!?

Pois é... por norma, quando um professor se apresenta numa escola é-lhe entregue um horário - o seu horário - que, supostamente é fixo; prevalece durante todo o ano lectivo. É um horário semanal, que se repete (ou deveria repetir) semana a semana.
O meu não!
É um horário que muda como o camaleão; ou será que é consoante o estado do tempo?!
A verdade é que, a duas semanas do final do 1º período, me foi dado o meu 6º horário (é provavel que o número não seja o correcto pois mesmo quando não me davam um horário imprimido havia muitas alterações feitas à mão ao longo da semana). As funcionárias já nem me marcam falta porque já perceberam que, se eu não estou na Sala de Estudo é porque estou "na cozinha a limpar pratos" - mudança de última hora - e o meu novo horário não chegou atempadamente às mãos delas.

E perguntam vocês: "Pelo menos, desta vez, ficaste com um horárioZINHO decente?".
Eu respondo: "Em termos de "conteúdo", fiquei, no sentido em que já estou a "dar aulas"; Em termos de distribuição, fiquei com o "lixo" dos outros.
Sou uma das duas únicas professoras da escola que estão a dar aulas a KILÓMETROS de casa (perto de 200km's) e, agora que eu pedi alguma compreensão para dar apoio à minha mãe, colocaram-me a entrar à 2ªf de manhã e a sair à 6ªf às 18h30 para fazer 2h30 de viagem para ir de fim de semana! São uns queridos!
Tenho de salientar que estou numa escola onde há uns 200 professores (todos "da terra") e quase todos têm o horário "arranjadinho" - entendem-me?!

Pois bem, colocaram-me a dar aulas ao 2º Ciclo (Área de Projecto) para além de Estudo Acompanhado e mais uns Apoios Educativos. Até aqui tudo mais ou menos... Não tenho formação pedagógica para alunos tão pequenos (nem paciência, actualmente), mas ok, os incompetentes têm de tentar esconder o erro que cometeram...
Quem está a ler este meu GRANDE desabafo deve estar a pensar "Mas de onde vieram estas Áreas Curriculares nesta altura do ano?!"
Vieram daqueles colegas que querem "leccionar" Desposto Escolar e, para tal, tiveram de largar outras horas do horário para não ficarem com horas extraordinárias (coitados, que grande sacrifício). Pelo que sei, todos os anos lhes recusam o pedido do Desporto Escolar mas como este ano está cá a stôra, foi deferido!

Conclusão: Uns vão "coçar o tornozelo" porque detestam estar dentro de uma sala de aula a aturar Área de Projecto; Outros rentabilizam o "erro"; a stôra tem trabalho.

Alguém tem um botão mágico para eu premir e me ejectar desta escola?!?!
Eu quero dar aulas de C.F.Q.!!!!!!!!! Será pedir muito?!? :(

É isto que acontece a quem é colocado por engano numa escola, como é o meu caso.
É isto que acontece, também, a quem tem "horário zero".
É horrível. Não se tem estabilidade nenhuma.

04 dezembro, 2007

Haja força!

Os últimos tempos da minha vida pessoal não têm sido fáceis. A vida prega-nos partidas duras. Caímos; levantamo-nos; caímos; levantamo-nos... até que chega uma altura em que nos questionamos se queremos levantarmo-nos de novo. Chegamos a pensar "mais vale ficar no chão pois assim não voltamos a cair".
Ao passar pela
professorinha resolvi regressar aqui aos meus desabafos...


Tenho uma pergunta a ecoar na minha mente, que eu julgava ter deixado há muitos anos atrás:

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PORQUÊ? PORQUÊ? PORQUÊ? PORQUÊ? PORQUÊ? PORQUÊ?
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Não encontro resposta que me conforme.
Tenho saudades.
Quero um abraço dele; do meu herói.
Quero brincar com ele.
Quero chateá-lo.
Quero ouvi-lo incentivar-me vezes sem conta ""Agarra-te" ao mestrado; acaba-o, já falta pouco!"
Quero que ele me ajude a levantar quando eu cair.
Quero dar-lhe mais alegrias; muitas.
Quero vê-lo orgulhar-se de mim.
Eu tenho tanto orgulho nele!.......
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No meio do turbilhão de pensamentos que me vão na alma houve um regresso à minha vida profissional. Inevitável. Acima de tudo (?!) meu dever.
Para quem não sabe, quando alguém que amamos parte deste Mundo, dão-nos 5 dias para ficarmos bem. Exacto. Cinco dias (incluindo fim de semana) para "arrumar o assunto".
Ao fim de cinco dias agarramos na pasta, no dossier, nos livros e cadernos e rumamos ao trabalho.
Rumei à escola, prontíssima (?!) para enfrentar uma turma de quase 30 alunos, irrequietos, esboçar um sorriso, falar, explicar, raciocinar, expressar... Tudo como se nada tivesse acontecido na minha vida pessoal; tudo como se eu não estivesse toda amassada; como se eu não estivesse destroçada por dentro; tudo como se eu não estivesse com a cabeça à roda... Enfim, tudo como se eu realmente estivesse bem. O facto é que não estava. Atestado médico de alguns dias... mesmo assim regressei mal. Não adianta... tão depressa, não ficarei bem.
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Que outra profissão exige um esforço destes?!
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Quando estamos com dor de cabeça, desconcentrados, tristes e com vontade de chorar, enfim... péssimos, e temos de trabalhar, como resolvemos a situação? Como continuamos?
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Pensem comigo:
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Um médico - despacha o doente (eu disse um doente, não disse 30 ao mesmo tempo) o mais rápido possível e pede à sua secretária que não chame o próximo enquanto não se recompuser.
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Uma secretária (e qualquer outra profissão cujo trabalhador passe o dia sentado numa secretária) - pára, vai beber um chá, conversa com um colega que o anima, chora à vontade no WC ou onde bem entender e vai fazendo o seu trabalho sem ter nenhuma plateia a olhar para si.
Bom, não vou fazer uma reflexão exaustiva... pensem em muitas profissões e comparem com a nossa - professores.
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Nós, os professores, que fomos e continuamos a ser enxovalhados por aquela Sra. D. a quem atribuíram o cargo de Ministra, porque ela não vê. Acho que o único sentido que ela tem é o tacto - ela só sabe pisar. E faz questão que todos nos pisem; porque merecemos. Não fazemos nada nas escolas.
Nós não fazemos de pai, não fazemos de mãe, não fazemos de psicólogo, não fazemos de médico, não ajudamos quando, no fundo, precisamos de ser ajudados. Não.
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Eu gostava de saber, se ela "partisse" neste momento, se ia feliz pela sua obra.
A vida são dois dias. Devemos lutar para que, depois de partirmos, as pessoas nos continuem a lembrar pelas obras grandiosas que fizémos.
Gostava de saber se os seus filhos a iam chamar de heroína.
Não creio!